quinta-feira, 10 de abril de 2008

Vandalismo carioca

POR ANDRÉ LOBÃO
A degradação de uma cidade fica evidente quando seus moradores perdem o senso de convivência e educação. Viver em sociedade pressupõe respeito ao próximo, cumprir deveres, cobrar direitos e conservar o espaço urbano. Há tempos, algumas regiões do Rio de Janeiro sofrem com essa falta de civilidade que fica explícita a partir de ações de violência e depredação contra algum bem público e privado, como pode ser observado ao longo da Avenida Brasil em diversas ocasiões. São várias comunidades, que com o tempo, foram se aglomerando em antigas fábricas, depósitos e até áreas públicas. A ausência do estado como curador da ordem pública fez emergir uma sensação de abandono e decadência na Cidade que outrora foi Maravilhosa. Alguns sociólogos explicam a violência como um fenômeno socioeconômico, causado pela exclusão e falta de perspectivas econômicas. Outros conferem tais atos como oriundos de uma degradação moral e ética causadas pelo consumismo. O ato de ter prevalece sobre a regra de conviver, para ser, é preciso ter...
Atualmente, nossa cidade vive a exacerbação do banal e da mediocridade, isso fica mais notório na chamada região da Leopoldina que engloba os bairros de Bonsucesso, Olaria, Penha, Inhaúma e São Cristóvão. O desleixo governamental criou nesta região guetos onde alguns marginais se apropriam do discurso da exclusão e passam a cometer crimes que vão desde tráfico de drogas, prática de roubos e furtos até a depredação bens como carros, casas e atinge o transporte público quando resolvem depredar trens e ônibus.
Na última terça-feira (08/04), um veículo da linha 292 Praça XV-Inhaúma foi apedrejado na Avenida Brasil, logo depois do cemitério do Caju. Seu vidro dianteiro foi danificado e alguns passageiros tiveram crises nervosas após presenciarem esse ato de violência. Ninguém sabe ninguém viu... Quem foi, porquê, por qual razão? São perguntas, que todos os dias fazemos e não encontramos respostas. Só enxergamos cacos, estilhaços, medo e vidas despedaçadas pelo terror banal e gratuito.

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